Olha, vamos falar a real aqui: treinar é incrível, aquela sensação de conquista, de superar limites, de cruzar a linha de chegada como se você fosse o próprio Usain Bolt. Mas e quando o corpo começa a dar sinais de que não está curtindo esse ritmo todo? Ah, meu amigo, é aí que entra o tal do overtraining. E antes que você revire os olhos achando que é só papo furado de quem quer te convencer a pegar leve, deixa eu te explicar de um jeito que faz sentido: é como se seu corpo fosse um carro esportivo de luxo. Você pode acelerar tudo, mas sem o combustível certo e as revisões em dia, mais cedo ou mais tarde ele vai quebrar no meio da estrada.
É isso mesmo, meu caro. Seu desempenho não é só sobre o quanto você treina ou o número de quilômetros que você corre por semana. Tem uma penca de outros fatores que entram no jogo, e ignorá-los é pedir para o seu corpo dar um grito de socorro. Bora descomplicar: treinar pesado é parte do pacote, óbvio, mas se você não está pensando no que coloca no prato, nas horas de sono que pula ou no tempo que dá para o corpo se recuperar, você tá construindo uma bomba-relógio que vai explodir quando você menos espera. E aí, meu amigo, o estrago pode ser grande.
Sabe aquela mania de querer achar um culpado rápido para tudo? Pois é, quando as coisas começam a dar errado no seu treino, o primeiro a levar a culpa é a carga de treino. E não é que isso esteja errado, mas também não é tão simples assim. Focar só nisso é como tentar consertar uma parede rachada sem olhar para os alicerces. Por isso, antes de surtir e achar que você tá treinando demais, respira. Dê uma pausa de duas semanas, desacelera. Eu sei que é chato, especialmente se tem aquela prova chegando e você já planejou o look de corredor no pódio, mas às vezes, diminuir o ritmo agora pode te salvar de ficar parado muito mais tempo depois.
Ah, e não vem com essa de que “exceção à regra” porque o seu corpo não é uma máquina sem limites. Quer um exemplo? Muitos de nós somos amadores, e não tem nada de errado nisso. Mas vamos combinar, tentamos treinar como profissionais, certo? Intensação, volume, seriedade — o pacote completo. Mas esquecemos que os profissionais têm toda uma estrutura para segurar a onda. Eles têm nutricionistas, fisioterapeutas, dias de descanso calculados, e mais importante, não têm que lidar com o chefe enchendo o saco ou com a rotina louca de casa.
E né? Você acorda cedo para treinar, enfrenta trânsito, trabalha, cuida da família, e ainda quer bater recordes na corrida. Tudo isso somado é um prato cheio para o esgotamento. Aí o corpo começa a reclamar: dores que não passam, cansaço que não vai embora, aquela sensação de que algo não está funcionando. Se você chegou nesse ponto, é hora de apertar o freio e olhar para o todo.
Você já parou para pensar em como está dormindo? Porque, olha, sono é mais importante do que você imagina. E não é só sobre a quantidade, é a qualidade também. Aquela noite picotada porque você foi dormir tarde e o despertador tocou cedo? Pode ter certeza que o seu corpo sentiu. E a alimentação? Não adianta mandar bala no treino e depois comer qualquer coisa. O que você coloca no prato é o que vai alimentar seus músculos, sua energia, sua recuperação. Sério, não subestime o poder de uma boa nutrição.
Agora, pensa comigo: e o tempo de recuperação? Você está realmente dando ao seu corpo o descanso que ele precisa? Não é porque você conseguiu correr 10 km ontem que hoje precisa fazer o dobro. Tem dias que o corpo pede pausa, e sabe o que é mais curioso? Respeitar isso não é um sinal de fraqueza. Muito pelo contrário, é um sinal de que você entende o jogo e sabe jogar para ganhar no longo prazo.
Eu sei, eu sei. Tem aquele pensamento: “Mas se eu parar agora, vou perder tudo que conquistei”. Deixa eu te contar um segredo: você não vai. Nosso corpo é esperto, ele tem memória muscular. Dá para dar uma pausa, reajustar as coisas e voltar ainda mais forte. E mais do que isso, é melhor perder alguns dias para descansar do que perder semanas ou até meses porque insistiu em forçar a barra. E quando o corpo quebra, não tem milagre que resolva rápido.
E tem outra coisa: cuidar da mente. Porque, sim, o treino não é só físico, é mental também. A pressão que a gente coloca em si mesmo, a comparação com os outros, aquela vontade de ser melhor o tempo todo — tudo isso pesa. Se você não equilibra a balança, o estresse vira seu maior adversário.
Então, vamos combinar uma coisa? Fique atento aos sinais. Escute o seu corpo. Ele é mais esperto do que você imagina e está sempre te dando dicas do que precisa. Não ignore aquelas dores que aparecem sem motivo, o cansaço que parece não ter fim, a queda de desempenho. Esses são os avisos dele, e você é o responsável por agir antes que seja tarde demais.
E olha, não se cobre tanto. Porque no final do dia, o que importa mesmo é o prazer de treinar, a alegria de se movimentar, a sensação boa de cuidar de si. Não transforme isso em mais uma fonte de estresse na sua vida. Cuide de você, dê pausas quando precisar, celebre as conquistas e, principalmente, lembre-se de que o caminho é tão importante quanto o destino. Porque no fim das contas, correr é sobre se sentir vivo, não sobre se destruir.
Com informações GE