O ano de 2024 chegou com grandes expectativas para Ramon Dino, o “Dinossauro Acreano”, o fisiculturista brasileiro que havia conquistado corações e admiradores pelo mundo afora, depois de dois vices no Mr. Olympia e uma impressionante vitória no Arnold Classic Ohio em 2023. Tudo parecia caminhar para um 2024 glorioso, com a chance real de brilhar no maior palco do fisiculturismo mundial. No entanto, o que parecia ser o começo de uma era de ouro para o atleta se transformou em uma série de surpresas que deixaram o mundo do fisiculturismo chocado e, claro, com uma enorme dose de frustração para Ramon e seus fãs.
Quem poderia imaginar que, no início do ano, Ramon seria aclamado como o próximo grande nome da Classic Physique, a categoria que reúne o que há de melhor no fisiculturismo, com seus atletas exalando harmonia, simetria e estética? E quem também poderia prever que ele terminaria o ano sob uma chuva de críticas após uma performance aquém das expectativas no Mr. Olympia de 2024? Quando você chega tão perto do topo, as quedas parecem mais intensas, não é mesmo?
O vice-campeonato no Arnold Classic Ohio, em março, já foi um primeiro indicativo de que nem tudo estava perfeito na preparação de Ramon. Mesmo sem o grande favorito da categoria, o canadense Christopher Bumstead (CBum), competindo, o resultado final não foi o esperado. Em vez do bi campeonato, como era dado como certo para o brasileiro, Ramon viu o holandês Wesley Vissers se consagrar campeão, deixando-o em um modesto 2º lugar. E não foi só o público que se surpreendeu. Arnold Schwarzenegger, ícone do fisiculturismo mundial e homenageado do evento, também fez questão de parabenizar o campeão inesperado, demonstrando que até os grandes mestres do esporte ficaram surpresos com o resultado.
Em um podcast, Ramon foi sincero e admitiu que a culpa do resultado estava, em grande parte, no pouco tempo de preparação – apenas seis semanas. Ele ainda mencionou os “problemas na preparação” como fatores que o levaram a quase desistir antes da competição. Imagina a pressão de ser considerado um dos maiores nomes da categoria e sentir que não estava pronto para entregar tudo o que seu público e o mundo do fisiculturismo esperavam dele.
Mas, como um guerreiro, Ramon não se deixou abater. Ele sabia que o Arnold era apenas um obstáculo no caminho para o verdadeiro grande objetivo: o Mr. Olympia. O Olympia é o evento que define os campeões do fisiculturismo mundial, a competição onde os melhores se enfrentam para determinar quem realmente é o rei da Classic Physique. Então, após o vice-campeonato no Arnold, Ramon sabia que precisava se preparar de forma ainda mais rigorosa para o Olympia.
O que ninguém esperava, no entanto, era que o resultado no Olympia de 2024 seria ainda mais decepcionante. O Dinossauro Acreano até apresentou um físico mais bem trabalhado do que no Arnold, mas, ao lado de outros competidores, ficou claro que ele não havia evoluído o suficiente, principalmente em relação ao volume e à definição que, para muitos, eram os aspectos que ele precisava melhorar. Quando comparado com os rivais, o físico de Ramon não se destacou da maneira que todos esperavam. Para piorar ainda mais a situação, durante as poses, Ramon enfrentou um problema incomum para os finalistas do Olympia: o suor excessivo.
Em um palco onde a estética e a perfeição física são observadas minuciosamente pelos jurados, o suor é um dos maiores inimigos de qualquer fisiculturista. Ele compromete a aparência dos músculos, desfaz o trabalho da pintura corporal e faz com que o atleta perca pontos valiosos. E foi isso que aconteceu com Ramon. Ele suou tanto durante sua apresentação que a tinta corporal começou a escorrer, prejudicando a sua aparência estética e, consequentemente, a avaliação dos jurados. Isso, é claro, afetou seu desempenho no palco, deixando-o fora do top-3, uma posição que ele jamais imaginou ocupar em uma competição como o Mr. Olympia.
Apesar de ter tentado melhorar sua aparência para a final, o 4º lugar no Olympia foi um verdadeiro golpe para Ramon, que viu sua ascensão ao topo da Classic Physique ser adiada mais uma vez. O que era para ser a grande conquista da sua carreira se transformou em um pesadelo. E a chuva de críticas foi inevitável, com muitos especialistas e fãs do esporte questionando sua preparação e até mesmo sua equipe técnica, que contava com o experiente Chris Aceto e o brasileiro Filipe “Faixa Preta”. Muitos apontaram falhas no processo, que resultaram em um desempenho abaixo do esperado.
Mas o pior ainda estava por vir. O que se seguiu ao Olympia foi o Olympia Brasil, um evento crucial para Ramon garantir sua classificação para o Olympia de 2025. E, mesmo após o fiasco em Las Vegas, Ramon precisou se apresentar novamente, desta vez em São Paulo, para manter viva a esperança de estar entre os melhores do mundo na próxima edição do campeonato. O que ocorreu em São Paulo, no entanto, também não foi perfeito. Ramon cometeu alguns erros novamente, como o excesso de suor durante sua primeira apresentação e a pintura corporal excessivamente escura, o que prejudicou sua imagem no palco.
Após a vitória no Olympia Brasil, Ramon, de forma bem-humorada e franca, admitiu que sua preparação para 2025 precisaria de ajustes. Ele não fez questão de cravar a continuidade de seus treinadores e deixou claro que mudanças seriam necessárias se ele quisesse realmente conquistar o tão sonhado título de campeão do Mr. Olympia. Para ele, a ausência de CBum, que anunciou sua aposentadoria após conquistar o sexto título consecutivo, poderia abrir uma brecha para ele finalmente tomar o lugar de maior nome da Classic Physique.
Mas, para que isso aconteça, ele sabia que o caminho seria longo e árduo. As críticas estavam longe de cessar e as expectativas eram imensas. Mas, se tem uma coisa que Ramon Dino provou nos últimos anos, é que ele sabe lidar com a pressão. Ele sempre demonstrou um espírito de luta inabalável, e é justamente isso que o coloca como um dos maiores fisiculturistas brasileiros da atualidade.
É claro que a jornada de Ramon Dino está longe de ser perfeita. Os erros, as quedas e as críticas fazem parte do processo. Mas é justamente nessa superação que mora o segredo do sucesso. Para 2025, o Dinossauro Acreano promete deixar para trás os deslizes e se concentrar totalmente na conquista do título de campeão do Olympia. O futuro, assim como o caminho até o topo, está cheio de desafios, mas a determinação e a vontade de ser o melhor continuam intactas.
E, no fim das contas, o que importa mesmo é que, para muitos, Ramon já é um exemplo de resiliência. A sua história de superação serve de inspiração para todos nós, que buscamos, em nossas próprias vidas, conquistar os nossos objetivos, por mais difíceis que pareçam. Então, se você acompanha o fisiculturismo, não perca de vista o que vem por aí. O Dinossauro Acreano não está desistindo, e, em 2025, a história de Ramon Dino pode ser reescrita. Vamos acompanhar, porque o melhor ainda está por vir.
Com informações GE/Fisiculturismo